12 Ago. 1944

Telegrama n.º 243 expedido do MNE para a Legação de Portugal em Berlim instruindo para que diligencie junto do Governo alemão para que este transmita ao seu Ministro em Budapeste as instruções necessárias para dar facilidades ao nosso Encarregado de Negócios naquela cidade “relativamente à protecção de certas pessoas origem semita pelas quais nos temos interessado… trata-se de refugiados na Legacão”.

(AHD – Cifra, Colecção telegramas expedidos Berlim)

12 Ago. 1944

Telegrama confidencial n.º 131 da Legação de Portugal Budapeste para o MNE em que o Encarregado Negócios solicita autorização para conceder asilo diplomático na sua residência particular a algumas pessoas “de categoria” que lho suplicam e Telegrama n.º 62 expedido do MNE

(de resposta)

para a Legação em Budapeste dizendo “Queremos ser largos mas não ir além ponto em que excessiva largueza possa prejudicar causa dos que já estão em questão” e considerando que não convém multiplicar número de apartamentos imunes.

(AHD – Cifra, Colecção telegramas recebidos expedidos Budapeste)

10 Ago. 1944

Telegrama confidencial n.º 129 da Legação de Portugal em Budapeste para o MNE relatando conversa com Conselheiro da Legação da Alemanha e que este aconselhara que todos os assuntos relativos a judeus fossem tratados com ele e não com o Governo húngaro; mediante o que o Encarregado de Negócios português solicita a Lisboa que apoie os seus esforços com diligências em Berlim.

(AHD – Cifra, Colecção telegramas recebidos Budapeste)

7 Ago. 1944

Telegrama n.º 58 expedido do MNE para a Legação de Portugal em Budapeste apoiando a sugestão da Legação portuguesa proceder à semelhança do Ministro da Suécia e acentuando que deve ser feito esforço no sentido de salvar o maior número possível de refugiados e acentuando que “no estado de coisas descrito por V. Sr.ª nosso esforço deve ser salvar o maior número possível dos que se acolheram a nós”.

(AHD – R.N.P., 2º P.., A. 49, M 112)

7 Ago. 1944

Telegrama n.º 126 da Legação de Portugal em Budapeste para o MNE informando que Ministro da Suécia “está procurando salvar grande número de semitas húngaros que de algum modo tenham ligação com Suécia, isto é, com famílias, parentes ou interesses intelectuais ou comerciais seu pais. Já apresentou… perto de 700 passaportes suecos sem indicação de nacionalidade e explicou-me que apenas cerca de 100 pessoas se destinarão efectivamente Suécia. As restantes cujo número tenciona elevar muito mais serão internadas em diferentes casas que figurarão não como dependências da Legação da Suécia mas sob a sua protecção… Julgo que esta Legação poderia proceder analogamente, pois nas actuais circunstâncias só o asilo diplomático é protecção eficiente”; esclarece que todos os encargos serão suportados pelos beneficiados.

(AHD – R.N.P., 2º P., A. 49, M 112)

6 Ago. 1944

Telegrama n.º 125 da Legação de Portugal em Budapeste para o MNE dizendo “problema racial entrou na sua fase crítica. Autoridade alemã só consentira saída Hungria semitas beneficiados medidas a que se refere o meu tel. 116, se Governo húngaro promover a deportação dos restantes para campo de trabalho na Alemanha. Esta imposição levou Governo húngaro a multiplicar grandemente o número de beneficiados, parte dos quais emigrará principalmente para a Palestina e outra parte formará campo de concentração na Hungria.”

(AHD – R.N.P., 2º P., A. 49, M 112)

[s.d.]

Informações confidenciais sobre a situação dos judeus da Hungria, nos inícios do mês de Agosto de 1944 e Apontamento sobre a situação dos judeus da Hungria antes e depois de 19 Março 1944 e “Aide-mémoire” dirigido à Legacão de Portugal em Budapeste sobre a situação dos judeus da Hungria, dando conta da acção dos representantes diplomáticos dos restantes países neutros e da Cruz Vermelha Internacional para a protecção dos judeus, sugerindo uma série de medidas concretas e assegurando que as despesas de socorro ficariam a cargo da comunidade judaica.
(Documentos entregues em mão por Teixeira Branquinho, Encarregado de Negócios de Portugal em Budapeste, ao Secretário Geral do MNE, em Novembro de 1944; tudo indica que estes documentos se integraram no esforço de sensibilização levado a cabo pela organização judaica presidida por Otto Komoly, junto dos representantes países neutros e da Cruz Vermelha Internacional e Budapeste).

(AHD – 2º P., A. 49, M 112)

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30 Jul. 1944

Telegrama n.º 117 da Legacão de Portugal em Budapeste para o MNE sobre as dificuldades levantadas pelas autoridades húngaras e alemãs para a saída dos refugiados acolhidos na Legação.

(AHD – R.N.P., 2º P., A. 49, M 112)

28 Jul. 1944

Telegrama n.º 116 da Legação de Portugal em Budapeste para o MNE relativa à circular distribuída pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros húngaro informando que a pedido da Cruz Vermelha sueca, da Comissão de Emigração para a Palestina e da Comissão de Refugiados de Guerra o Governo húngaro tomou várias medidas com o fim de diminuir o número ou de suavizar o tratamento dos judeus abrangidos pela legislação anti-semita, concluindo “segundo informações reservadas colhidas no meio oficial é de cerca de dez mil o número de judeus beneficiado. Há 300 mil judeus em Budapeste. Na província já não existe sinal de um e consta que o saneamento judaico nesta capital, provisoriamente suspenso, ou pelo menos muito atenuado, recomeçará em breve”.

(AHD – Cifra, Colecção telegramas recebidos Budapeste)

26 Jul. 1944

Carta de André Wadianer, antigo Ministro da Hungria em Lisboa, comunicando um protesto feito pelo Comité de Ministros Húngaros contra o Governo ilegal de Budapeste e a perseguição aos judeus.

(AHD – 2º P., A. 47, M 157)

25 Jul. 1944

Telegrama pessoal do Secretário Geral do MNE para o Ministro de Portugal em Berna pedindo-lhe que sensibilize o Ministro Sampaio Garrido, recordando-o “concessões numerosas refúgio foram feitas sem consulta prévia nem comunicação posterior ao Governo português cuja responsabilidade Ministro assim envolvia. Só depois incidente violação sua casa aqui se soube do que realmente se passava. Este Ministério tem contudo feito desde início máximos esforços para obter saídas refugiados e Encarregado de Negócios tem instruções neste sentido e tem praticado diligências acertadas que tenho apoiado junto representante Hungria em Lisboa. É porém inconveniente e impossível acção Legacão Portugal Budapeste ser dirigida por instruções ou sugestões de Berna… se algumas tem que apresentar remetam-nas para aqui”.

(AHD – Cifra, Colecção telegramas expedidos Berna)

15 Jul. 1944

Telegrama n.º 42 expedido do MNE para a Legação de Portugal em Budapeste autorizando a concessão de suportes consulares portugueses aos refugiados que pediram protecção ao Governo português e recomendando que qualquer documento dirigido ao Ministro da Alemanha “deve evitar cuidadosamente nacionalidades e alusão a refúgio Legação que deve ser substituído por fórmula mais vaga como que pediram protecção Governo Português para poderem dirigir-se território português”; este telegrama ordena ainda ao Encarregado de Negócios “não deixar supor tomarmos compromisso aceitar novo Ministro [da Hungria em Lisboa] em troca saída refugiados, questões estas inteiramente distintas”.

(AHD – Cifra, Colecção telegramas expedidos Budapeste)

12 Jul. 1944

Telegrama n.º 39 expedido do MNE para a Legação de Portugal em Budapeste autorizando a concessão de asilo a Madame Kende, avó da esposa de um Senador americano, por recomendação do Ministro Sampaio Garrido.

(AHD – R.N.P., 2º P., A. 49, M 112)

12 Jul. 1944

Telegrama n.º 38 expedido do MNE para a Legação de Portugal em Budapeste comunicando que o Encarregado de Negócios da Hungria em Lisboa fora chamado ao Ministério e que o Secretário Geral lhe transmitira que as diligências do Encarregado de Negócios português em Budapeste a favor dos refugiados, “representavam não só interesse pessoal Legação Portugal mas interesse Governo português pelo assunto que deste modo apoiam”.

(AHD – Cifra, Colecção telegramas expedidos Budapeste)