Nota prévia
Jaime Gama
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros
Setembro 2000
O Governo português, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, reconheceu e confirmou em cerimónia pública a reabilitação da memória de Aristides de Sousa Mendes, repondo a verdade não só quanto à sua imagem, mas também no que se refere à sua carreira diplomática.
Nessa ocasião surgiu a ideia de dar a conhecer num âmbito mais vasto os testemunhos documentais da sua acção no decorrer da II Guerra Mundial ao conceder vistos de entrada em Portugal a quantos refugiados judeus o procuraram no Consulado em Bordéus.
Aristides de Sousa Mendes contrariou as instruções do Governo português de então mas salvou milhares de vidas de acordo com os seus princípios e a sua consciência. Tiveram actuação de certo modo semelhante outros diplomatas portugueses, entre os quais se destacam Carlos Sampaio Garrido e Alberto Teixeira Branquinho.
Esta exposição – que percorrerá os Estados Unidos da América com base na nossa rede consular naquele país – destina-se, por um lado, a relembrar à comunidade portuguesa nos EUA este exemplo de humanismo de três compatriotas seus e, por outro, a sensibilizar a sociedade norte-americana para a acção desenvolvida pelos diplomatas referidos que permitiu a milhares de refugiados judeus encontrarem em Portugal uma porta de acesso à segurança e estabilidade do continente americano, onde refizeram as suas vidas e deixaram larga descendência.